Sociedade, sé é que podemos nos referir assim. Pois, de
social não há nada.
Pensamos extramente em nós, já perceberam? Garanto que 90
por cento do seu dia é sobre você, hoje em dia poucos são os que tiram 10
segundos para se permitir sair de seu egocentrismo. Talvez, agora você esteja
pensando nos brinquedos que doou para caridade, sim. Brinquedos que não serviam
mais pra você, que ocupavam aquele lugar inútil na sua casa, brinquedos que
irritavam sua crise alérgica, pois é veja só voltamos a você. Mas bom mesmo
seria se metade das pessoas que fazem doações pensassem em seu remetente,
pensassem de verdade. Pensar no por que dele estar ali e você ai.
É isso que falta para todos nós: Pensar. Botar ao menos uma
vez a mão na consciência e refletir sobre tudo que te colocaram como verdade, e
a final quem colocou? Quem lhe disse que ha palavrões e boas palavras? Quem lhe
disse que beijar alguém que seja como você é errado? Quem lhe disse que ignorar
durante todo o ano é justificável se você doa velhos brinquedos ao final do ano? Quem lhe disse que
ha comportamentos de meninos e comportamentos de meninas?
E o pior, por que você acreditou? Por que em momento algum
questionamos tais verdades? Por que preferimos fazer delas tabus a discuti-las?
Por que preferimos abominar ao compreender? Hoje em dia são poucos, os que se doam ao
mundo, os que preferem refletir do que apenas abaixar a cabeça e concordar. E lhes
digo, o mundo agradecesse construir um mundo melhor deveria ser obrigação de
cada um que vive nessa realidade, mas infelizmente não é.
Afinal, é mais fácil se preocupar com sua hollister e seu
cabelo, do que o mendigo ao seu lado, é mais fácil chamar de “puta” do que
realmente pensar no que a palavra significa, é mais fácil caminhar com a
humanidade do que contrariar. Mas o preço que pagamos por isso é alto, o preço
da sua hollister é o mendigo que você sente medo, o preço da puta é o machismo
que sua filha vai sofrer, é o mundo real. Tudo o que fazemos gera consequência,
mas ta tudo bem contanto que a mesma não caia sobre nós.
Somos mesmo sociedade? Ou somos apenas vários eus com sua intocáveis verdades.